Deputados ouviram população e gestores e vão dialogar com o governo sobre a possibilidade de construção de nova barragem; município enfrenta ameaça de desabastecimento
O município de Jaguaré, Norte do estado, recebeu visita de parlamentares na manhã desta sexta-feira (20) para discutir o risco de desabastecimento de água na região por conta da queda no nível de armazenamento da Barragem do Rio Jundiá, que fica na localidade de Água Limpa. A visita foi uma ação do recém-criado grupo de trabalho da Assembleia Legislativa (Ales) que vai formular sugestões para reduzir os impactos tanto da crise hídrica quanto do aumento das queimadas em todo o território capixaba.
Preocupados com a estiagem prolongada, produtores rurais e lideranças comunitárias acionaram o Legislativo para conhecer a realidade do município. A Barragem de Água Limpa foi inaugurada em 2018 com uma área de 23 hectares e capacidade de armazenamento de 433 milhões de litros de água. Porém, de acordo com a prefeitura municipal, com o crescimento populacional e com as variações climáticas, o consumo está muito além do que foi projetado para o local e as comunidades atingidas reivindicam a construção de outro reservatório.
“Quanto maior é a disponibilidade de água, maior é a nossa tranquilidade para superar momentos de crise como esse que estamos vivendo e que estão a cada ano se agravando. Nós aqui do campo esperamos que o poder público desenvolva tanto uma legislação que facilite o licenciamento das atividades, que tenha como meta e objetivo a reservação hídrica e a preservação ambiental, bem como que proponha ações concretas com investimento público no sentido de construção de novas barragens”, reivindicou o produtor rural Luciano Laquini.
O presidente da Comissão de Meio Ambiente da Ales, deputado Gandini (PSD), falou das constatações e de quais serão os próximos passos que o colegiado irá adotar. “A gente vê que a situação está crítica e precisamos avançar para ter um planejamento de segurança hídrica mais abrangente em todo o estado. Lembrando que a pessoa na cidade às vezes não está preocupada porque está em outro município, mas a alimentação vem do interior, né? Sem água não tem vida. A ideia é fazer um plano de barragens para todo o estado”, frisou.
O presidente da Ales, Marcelo Santos (União), destacou que a crise hídrica é um grave problema que compromete tudo e reflete na economia, pois atinge a indústria, a agricultura e toda a população. Marcelo explicou que um dos motivos da viagem foi conhecer uma área para uma possível construção de outro reservatório de água. “Está aí uma pauta importante, que é o orçamento no Estado, e é a partir desse orçamento que a gente corrige distorções, por exemplo, num debate como esse de queimada e segurança hídrica, que se faz necessário ter um planejamento, um plano de contenção, de retermos essa água fazendo barragens”, informou.
O deputado ainda falou da preocupação com o abastecimento em Jaguaré. “(…) Se por acaso essa lâmina da água baixar mais um bocado, a cidade não vai ter como ser abastecida, vão ter que usar mecanismos como carro pipa (…). Então, é um tema muito importante, sensível, que nós estamos atentos, não só aqui em Jaguaré, mas em todo o Espírito Santo. E vamos dar uma resposta para a população, para os líderes dessas cidades, com o retorno e a participação do governo do Estado, que é quem detém o orçamento e a sensibilidade do governador, que também decretou emergência nesse caso aqui no nosso Estado”, ressaltou.
(DA REDAÇÃO \\ Guto Gutemberg)
(INF.\FONTE: Patrícia Bravin \\ Al. ES)
(FT.\CRÉD.: Bruno Fritz \\ Divulgação)